Daniel Chapo Defende Nova Arquitetura Financeira Global na Conferência da ONU em Sevilha
O Presidente da República de Moçambique, Daniel Chapo, apelou esta segunda-feira, em Sevilha (Espanha), à criação de uma nova arquitetura financeira internacional, com enfoque em inclusão, sustentabilidade e equidade. A declaração foi feita durante a primeira reunião plenária da IV Conferência Internacional das Nações Unidas sobre o Financiamento ao Desenvolvimento.
Durante o seu discurso, Chapo destacou a importância de colocar temas como financiamento climático, industrialização inclusiva e capacitação estratégica no centro das prioridades da agenda global. “É com grande honra e um profundo senso de responsabilidade que Moçambique marca presença nesta conferência global. Saudamos a aprovação do Compromisso de Sevilha”, afirmou o Chefe de Estado moçambicano.
O Presidente sublinhou ainda que, apesar do crescimento económico sustentado nas últimas duas décadas, Moçambique tem enfrentado sérios desafios provocados por choques internos e externos. Entre os principais fatores, mencionou o terrorismo em Cabo Delgado e os eventos climáticos extremos como ciclones, cheias e inundações.
Estes fenómenos, segundo Chapo, afetam diretamente o emprego jovem, a segurança alimentar e a capacidade fiscal do Estado. Para responder a esses desafios, o Presidente apresentou a Estratégia Nacional de Desenvolvimento 2025–2044, alicerçada em cinco pilares: boa governação, infraestruturas estratégicas, industrialização, capital humano e sustentabilidade ambiental.
No plano financeiro, Daniel Chapo defendeu maior acesso inclusivo ao crédito e o uso de instrumentos inovadores como o financiamento misto. Enfatizou também a importância de reforçar os Bancos Nacionais de Desenvolvimento como motores do investimento em áreas como indústria, PMEs e agricultura.
Internamente, Moçambique está a implementar medidas como a expansão da base tributária, a modernização fiscal — com destaque para a tributação digital — e uma Estratégia Nacional de Financiamento Climático, com o objetivo de posicionar o país como referência regional em finanças verdes até 2035.
Durante a sua intervenção, Chapo apresentou cinco propostas estratégicas de Moçambique à conferência:
- Criação de uma Parceria Global para Financiamento Climático Baseado em Resultados;
- Estabelecimento de bancos de desenvolvimento orientados à industrialização rural;
- Implementação de uma plataforma continental de inclusão financeira digital;
- Desenvolvimento de mecanismos multilaterais para gestão sustentável da dívida;
- Lançamento de um compacto global para formação de capital humano.
A IV Conferência Internacional sobre o Financiamento ao Desenvolvimento, organizada pelas Nações Unidas, visa renovar os compromissos globais de mobilização de recursos para o desenvolvimento sustentável, com especial atenção a países de rendimento baixo e médio, como Moçambique.
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