Todos os anos, a província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, importa em média cerca de 2.000 viaturas usadas, principalmente vindas do Japão. A entrada ocorre maioritariamente através do posto fronteiriço de Negomano, que regista mensalmente cerca de 170 veículos, segundo dados fornecidos pela Autoridade Tributária de Moçambique.
Este fenómeno teve início por volta de 2010, ano que marcou a inauguração da Ponte da Unidade, infraestrutura estratégica que fortaleceu a ligação entre Moçambique e a República Unida da Tanzânia. Desde então, o rio Rovuma converteu-se no principal corredor de acesso para viaturas provenientes do mercado asiático.
A melhoria da infraestrutura fronteiriça e a fluidez no comércio bilateral resultaram num aumento significativo da arrecadação fiscal. O posto aduaneiro de Negomano passou a figurar entre as principais fontes de receita para os cofres do Estado em Cabo Delgado — província que, até ao momento, ainda não realiza exportações através do corredor de Mtwara.
Importa destacar que parte considerável das viaturas importadas permanecem em Cabo Delgado. No entanto, a maior parte segue para outras regiões do país, impulsionando o acesso a transporte próprio em diversas províncias moçambicanas.
Antes da construção da ponte sobre o rio Rovuma, o ponto preferencial de entrada era o Porto de Nacala, considerado um dos maiores e mais estratégicos portos marítimos da África Austral. Com a mudança de rota, o tráfego automóvel migrou em massa para o norte do país.
Para mais informações sobre comércio e mobilidade em Moçambique, acompanhe a secção de Transportes no portal VodaCidade.
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