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Na manhã desta segunda-feira, centenas de vendedores do Mercado do Maquinino, na cidade da Beira, em Sofala, bloquearam parte da avenida Armando Tivane. A ação visava pressionar as autoridades municipais a removerem os vendedores informais que ocupam as bermas da estrada junto ao mercado.

De acordo com os manifestantes, a presença crescente de vendedores fora do recinto compromete seriamente as suas vendas, uma vez que o fluxo de clientes se concentra no exterior, deixando bancas internas vazias. Além disso, reclamam que pagam taxas diárias para trabalhar dentro do mercado, enquanto os informais, segundo dizem, funcionam com impunidade.

“Fizeram esse mercado para vendermos dentro, não fora. Lá dentro pagamos senha e somos cobrados. Aqui fora, dizem que estão a gorjetar para venderem à vontade”, relatou uma das vendedoras em protesto.

Por outro lado, os vendedores na rua apresentam justificações diferentes: alegam falta de espaço ou apontam o exterior como local de maior movimento. No entanto, imagens captadas no local revelam várias bancas desocupadas dentro do mercado, o que contraria a versão dos que preferem vender do lado de fora.

Os protestos escalaram quando a Polícia da República de Moçambique (PRM) tentou negociar a retirada pacífica das barricadas colocadas na via. Diante da resistência dos manifestantes, os agentes foram forçados a intervir. Após várias tentativas frustradas de diálogo, a PRM procedeu à dispersão dos vendedores com disparos para o ar.

“Vocês têm toda a razão, mas perdem-na ao fechar a estrada. Temos que encontrar soluções sem prejudicar os outros”, apelou um dos agentes durante a operação de desmobilização.

Com a intervenção das forças de ordem, a circulação na avenida foi restabelecida ainda antes do meio-dia. A situação acalmou, mas a tensão permanece entre os comerciantes, que continuam a exigir maior fiscalização e equidade por parte das autoridades municipais.

Enquanto isso, a comissão do Mercado do Maquinino informou que se pronunciará apenas na quarta-feira, após reunião interna com representantes dos vendedores e com a vereação responsável pelos mercados da cidade.